terça-feira, janeiro 19, 2010

Coimbra

Já não tenho mais nada
a ouvir da cidade. Nem
sequer o silêncio que
esconde a torre

Um estudante ao canto da rua
vela parte do rosto. Tanto
negro.
Um cão, mija-lhe nas pernas, não
por engano, mas por caridade.
Confunde-o
nas fotocópias do seu saber.

Em Santa Cruz
ficou o primeiro rei
o tão velho mundo
as pequenas praças
a tempestade invade-nos
um requiem
uma cadência.

- João Miguel Fernandes Jorge
in O Barco Vazio, Editorial Presença

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