no teu quartel de inverno;
entre antenas e telhados
tens atrás de ti o vento,
o tempo, alguma morte.
São estas as horas, loas
que te trazem a destempo
o coração à conversa.
Mas já as conheces,
com os seus ares de chegar
com os quais o amor
não se quer sentar
e embora comeces as frases,
que lhes dedicas, pelo adeus
é a cidade quem te convida
do interior da casa para
a sombra fria da noite.
Esquece os seus perfis,
traz à página estas palavras
um resto de memória futura
tão pobre como o teu estar aqui,
ou em qualquer outra cidade,
com o que fica deste cenário
nocturno:
o vento, o tempo e alguma morte.
- Rui Miguel Ribeiro
in Telhados de Vidro nº13, Averno
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