que ouves santo antão numa vagem de bosch.
Mas como o sol não sobe nem quer descer ao fundo
ao tal primeiro encontro da cigarra-formiga?
Quem quer gritar dentro deste poema azedo
sobre a fresta de luzes e fogos-fátuos?
Não há aqui ninguém? Quem me escuta, silêncio?
Será então preciso o devorar das portas?
Alçar a boca ao cimo dos grandes nevoeiros?
Será então preciso pôr os cães a ganir
nos portões inefáveis da vossa transumância?
Meu deus, como choveu na infância de todos.
Sobretudo daqueles que sonham nas barracas.
- Armando Silva Carvalho
in O que foi passado a limpo, Assírio & Alvim
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