quarta-feira, dezembro 16, 2009

As raparigas

A lembrança precisa de dizer algum nome
para conviver com aquilo de que tem medo.
Pensa nela: começou a perdê-la
quando a abraçou na primeira noite.
O homem quebra o passado como um mealheiro
e dentro só havia escuridão.
Nos ossos do tempo não há ternura.
Já não existem lugares.
As raparigas já são velhas ou estão mortas.

- Joan Margarit
(tradução de Rita Custódio e Àlex Tarradellas)
in Casa da Misericórdia, Ovni

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