VELADA
A noite toda
deitado ao pé
de um companheiro
massacrado
com a sua boca
rangendo à lua
com a congestão
das duas mãos
penetrada
no meu silêncio
escrevi
cartas cheias de amor
Não me senti
nunca
tão agarrado à vida
NOSTALGIA
Quando
a noite chega ao fim
pouco antes de primavera
e só raro
é que alguém passa
Sobre Paris adensa-se
uma escura cor
de pranto
Em um canto
de ponte
contemplo
o ilimitado silêncio
de uma rapariga
ténue
As nossas
duas doenças
confundem-se
E como deitados fora
permanece-se- Giuseppe Ungaretti
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