terça-feira, novembro 03, 2009

Descobertas

Pelas águas esperavam
nossos barcos de caruma
e casca de pinheiro.

Túneis, frutos, tardes
de geleia e confissões.
Apostávamos desejos,

a braços com mundo,
o soletrado breu.
Não sabíamos do caule

que se quebra, do leite
que se entorna,
o que iria ser de nós.

Hoje já sabemos
de onde vem
este gosto de perder.

- José Miguel Silva
in O sino de areia, Gilgamesh

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