diz que o tempo dos beijos não chegou:
viver, viver, o sol invisível crepita,
beijos ou pássaros, tarde ou cedo ou nunca.
Para morrer basta um pequeno ruído,
o de outro coração ao calar-se,
ou esse regaço alheio que na terra
é um barco dourado para os cabelos louros.
Cabeça dolorida, têmporas de ouro, sol que declina;
aqui na sombra sonho com um rio,
juncos de verde sangue que neste instante nasce,
sonho apoiado em ti, calor ou vida.
- Vicente Aleixandre
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