estações de caminho de ferro se entra
pela porta lateral. O chão está sujo, junto
à bilheteira. Horários melancolicamente suspensos,
nas paredes. Como se fosse sempre tarde.
O corpo gasto. Dentro dos comboios,
as lâmpadas de néon fundidas nas estações.
Passa-se pela noite. É uma inclinação
da cabeça sobre o ombro, tardia, breve. A alma
suspensa da usura quando parte o último
comboio. A cabeça entre as mãos.
O empregado de balcão serviu sandes e o copo
de cerveja gelada que se entornou.
Nada tenho a perder; dentro
da estação, na luz suja da lâmpada
que oscila, adivinho os cigarros,
o desconforto, a certeza de esperar até de manhã.
- José Alberto Oliveira
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