terça-feira, junho 16, 2009

Vida

Nem feliz nem infeliz: um pouco
apático, talvez.

Olho para lá da vidraça a rua:
uma árvore que o vento,
ora brusco ora suave,
desgrenha;
sombras, claridades,
gente passando.
E entre papéis que não me dizem
nenhuma vida (e nem a morte),
vagamente apeteço a rua,
o vento,
a árvore;
ser sombra ou claridade,
alguém que passa no seu
destino só de passar.

Nem feliz nem infeliz: à espera
de tudo
e de nada.

Morre vagarosa a tarde.
Logo, depois do jantar,
como todos os dias lerei o jornal.

Pedro da Silveira - Corografias

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