tem as suas horas mortas.
Alguns trocam de esplanada
pelos bancos do jardim -
aí se sentam ao frio, graves
como sentinelas, não se sabe
o que vigiam. Terão chegado
mais jovens à solidão derradeira?
Ou são apenas o espelho
da tristeza de quem passa
e se interroga? Os do costume,
entretanto, até bebiam
mais uma, catam dos bolsos
moedas, pedacinhos de cotão.
Mas está na hora, senhores,
que o dia pesa no corpo
e o rapaz que serve às mesas
já pôs o lixo na rua. Meus amigos,
faz-se escuro: adeus, adeus.
- Rui Pires CabralOráculos de cabeceira, Averno
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