Na penumbra passa o cortejo em miniatura
do corpo de guarda do rei Agripa,
o primeiro o neto de herodes
talvez tetrarca da síria
e mais tarde nesse dia
rei da judeia
um exército de lanceiros passa
como tudo passa com as suas armas
adornadas de ouro e prata
passam
saem
do pequeno barco em miniatura
que ao cair da noite
aportou em faros de brinquedo
na penumbra passa debaixo
dos teus olhos o pequeno rei
com o seu micro-exército de lanceiros
e uma multidão de homens pequeninos
acotovela-se de um lado e outro do tabuleiro
para os ver passar
as mulheres de brinquedo sussurram entre si
e passam como tudo passa ou devia.
anoiteceu na cidade de alexandre
e o calor é vermelho e sufoca
e tudo no vermelho se move
e se esvai buscando esconderijos desajeitados
cantos escusos onde esta história prossegue
sem as minhas mãos a puxar-lhe os cordéis
agora só o teu corpo cinzento
acotovelando-se nervosamente no vazio
do meu lado esquerdo o desengano sem armas
em mãos esquerdas para fender
o desencanto adornado de ouro e prata
desceremos ao remorso mudos
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