nem de saudades que não tenho
nem de carga do tempo perdido
nem de conflitos sobrenaturais
do tempo e do espaço
amei desde criança
certas coisas que não choro
fui a pureza deslumbrada que não volta jamais
o vidro sem ranhura que o sol atravessa
a pureza
que me deixou feridas imortais
vim para ver
para ver de novo
para contemplar sem perguntas
não vim à procura de nada
não me perguntem por nada
um rio não se interroga
o vento não se arrepende.
- Alberto de Lacerda
1 comentário:
este poema é muito bom, ecoa.
gosto sobretudo das três estrofes, cheias de ladeiras diferentes, baldios desertos por onde podemos correr, sítios em tempos e espaços ausentes.
alberto de lacerda é uma porta entreaberta.
um beijo
deste
mar.
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