densa da mentira, o sorriso que te convém
não deixa de ter o sabor do sonho
apedrejado.
Mesmo aí sentado sentes, entre amigos
e fumos de esquecer, que nenhum sentimento
nobre serve para desamolgar
a sombra subterrânea, nenhuma canção
resta para fantasiar o trilho
declinado das sucessivas noites
em que só o medo dava recados.
De tanto crer na sedição do sentimento
– e já lá vão alguns episódios mais
ou menos fantasiosos – a tua vida
foi cimentando caminhos, segredos,
temores e aí estás, entre fumos e galões
tépidos, com o destino feito samba
de uma nota só.
- Fernando Luís Sampaio
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