segunda-feira, setembro 22, 2008

Coleccionava palavras
fúnebres
que guardava numa caixa

de problemas. Sempre
as espreitava quando vinha
o sol após a chuva. Então

corria para o poema, as mãos
mornas e mortas
abrindo os negros regos

da decomposição.

- José Carlos Soares

1 comentário:

Unknown disse...

Sou uma amante de boa poesia. um defeito meu que conheci à pouco tempo, apesar de ter a meia idade.
Por norma páro mais que uma vez no espaço ocupado pela palavra a pensar que é a própria leitura a desenhar o entendimento. Mas esta quebra do verso colocou duas leituras a do olho e a da inteligente.
Por vezes nem tudo o que se diz deve querer significar. Diz-se é só.
José Carlos Soares é um poeta que passo a conhecer aqui neste lugar a mim permito ler.