Agora indo um pouco de encontro ao tema que está a salvar a recta final desta silly season, gostava de dizer que me apetece apreciar o gesto dos "vândalos" que destruíram o milho transgénico. Na verdade já estive no meio desses bichos verdes e não me senti nada bem, compartilho com muitos a ideia (preconceituosa) de que são na maioria jovens demasiado ansiosos por se meterem em confusão por motivos de inadequação e complexos de integração social e normalmente nem sabem explicar ou sequer perceber bem aquilo que os move ou os objectivos que se propõem alcançar. Mas pior do que miúdos que se gostam de afirmar numa linha de transversalidade à do conformismo dos restantes ovídeos, é mesmo esta atitude conservadora de quem ataca tudo o que irrompe contra a linha da norma e da normalidade que mais me preocupa. São ovelhinhas muito burrinhas e parvas estas que preenchem o curral da nossa sociedade portuguesa, gentinha de aldeia que adora uma escaramuça para ter do que falar mas condena todos os esforços contra a pasmaceira do bando inerte que vive sempre apregoando os gestos de quem já morreu.
Eu detesto esta asfixia que é premente, contínua e natural entre nós e sobretudo da parte das pessoas notáveis e inteligentes. Constato com cada vez maior convicção que de facto apesar de ser indesmentível a discussão entre um conjunto de cabeças inteligentes, faltam-nos os apaixonados, os brilhantes, os que consigam desmascarar estes tiques dos críticos e analistas de tudo - espécie de opinion makers semi-profissionais, que se virão para todos os lados e encaixilham tudo nos seus arquivos de arrumação onde por fim nos fica a sensação de que a vida é um assunto do passado e o presente ou o futuro são uma espécie de esteira para se prolongar as conversas depois da meia-noite, ou para um género de literatura que não se abate contra a realidade e segue o devaneio ficcional como que para libertar o autor disso a que se chama viver.
Ninguém em Portugal gosta de dar o primeiro passo e o problema é simples. Lembro-me que uma vez me contaram uma situação que se formou na minha cabeça como uma imagem muito complicada. Um homem segura um revólver com uma única bala. E ele anda de lá para cá à vontade, com jeitos senhoriais e um sorriso confiante a que se habituou depois de uns primeiros momentos de insegurança. À sua volta muita gente com vontade de o matar, mas com medo de ser baleada ao dar o primeiro passo. Passa muito tempo e apesar de saberem que aquela é uma vida que não interessa viver, ninguém dá o primeiro passo e arrisca aquela vidinha miserável. Assim o outro homem, o filho da puta com um sorriso na cara que vive como um rei pisando na passadeira vermelha que é a covardia de toda aquela gente, continua feliz da vida.
Não me interessa falar de outros países agora, não me parece que Portugal seja pior ou melhor (Bem na verdade até acho que é melhor mas isso é assunto para outras conversas)... O que me interessa é dizer que não conheço ninguém que avançasse sobre aquela bala e eu vivo (como todos vocês vivem) na dúvida de saber se eu avançaria - o que vos digo é que não sei, provavelmente nunca vou saber mesmo que passe por uma experiência que responda a esta dúvida, mas sei que não vou nunca tentar anular o esforço de alguém que se diga capaz de o fazer... Sim porque há muitas pessoas a quem falta a coragem e depois também preferem que falte essa coragem aos outros e assim tudo o que lhes sai da boca são terríveis augúrios que só ajudam ao sorrisinho confiante do cabrão que segura a arma.
Vejam lá se se calam, o milho não é vosso. Todos temos algum medo e a coragem não é escondê-lo. É claro que os parolos dos verdolas se vão lixar à grande mas há que admirar que eles mesmo que de forma trapalhona tenham ainda tropeçado à frente do gajo com o revólver, por um dia talvez ele tenha perdido aquele sorrisinho estúpido e talvez por um dia alguns de nós tenhamos podido brincar com ele como quem brinca com o touro numa largada. Afinal não há mal nenhum na ordem, é mesmo necessário que haja alguém a ditar as regras porque a anarquia é a selva mas ao menos esse filho da puta que não ande para ali a gozar connosco - é como na célebre frase: "People should not be afraid of their governments. Governments should be afraid of their people."
Vá lá, vamos fazer disto um jogo, eu sempre detestei espaços onde não há proibições, adoro as linhas que não se podem pisar - só assim é que tem piada dançar ao ritmo desta música estúpida que é a da playlist desta rádio social e democrática.
Eu detesto esta asfixia que é premente, contínua e natural entre nós e sobretudo da parte das pessoas notáveis e inteligentes. Constato com cada vez maior convicção que de facto apesar de ser indesmentível a discussão entre um conjunto de cabeças inteligentes, faltam-nos os apaixonados, os brilhantes, os que consigam desmascarar estes tiques dos críticos e analistas de tudo - espécie de opinion makers semi-profissionais, que se virão para todos os lados e encaixilham tudo nos seus arquivos de arrumação onde por fim nos fica a sensação de que a vida é um assunto do passado e o presente ou o futuro são uma espécie de esteira para se prolongar as conversas depois da meia-noite, ou para um género de literatura que não se abate contra a realidade e segue o devaneio ficcional como que para libertar o autor disso a que se chama viver.
Ninguém em Portugal gosta de dar o primeiro passo e o problema é simples. Lembro-me que uma vez me contaram uma situação que se formou na minha cabeça como uma imagem muito complicada. Um homem segura um revólver com uma única bala. E ele anda de lá para cá à vontade, com jeitos senhoriais e um sorriso confiante a que se habituou depois de uns primeiros momentos de insegurança. À sua volta muita gente com vontade de o matar, mas com medo de ser baleada ao dar o primeiro passo. Passa muito tempo e apesar de saberem que aquela é uma vida que não interessa viver, ninguém dá o primeiro passo e arrisca aquela vidinha miserável. Assim o outro homem, o filho da puta com um sorriso na cara que vive como um rei pisando na passadeira vermelha que é a covardia de toda aquela gente, continua feliz da vida.
Não me interessa falar de outros países agora, não me parece que Portugal seja pior ou melhor (Bem na verdade até acho que é melhor mas isso é assunto para outras conversas)... O que me interessa é dizer que não conheço ninguém que avançasse sobre aquela bala e eu vivo (como todos vocês vivem) na dúvida de saber se eu avançaria - o que vos digo é que não sei, provavelmente nunca vou saber mesmo que passe por uma experiência que responda a esta dúvida, mas sei que não vou nunca tentar anular o esforço de alguém que se diga capaz de o fazer... Sim porque há muitas pessoas a quem falta a coragem e depois também preferem que falte essa coragem aos outros e assim tudo o que lhes sai da boca são terríveis augúrios que só ajudam ao sorrisinho confiante do cabrão que segura a arma.
Vejam lá se se calam, o milho não é vosso. Todos temos algum medo e a coragem não é escondê-lo. É claro que os parolos dos verdolas se vão lixar à grande mas há que admirar que eles mesmo que de forma trapalhona tenham ainda tropeçado à frente do gajo com o revólver, por um dia talvez ele tenha perdido aquele sorrisinho estúpido e talvez por um dia alguns de nós tenhamos podido brincar com ele como quem brinca com o touro numa largada. Afinal não há mal nenhum na ordem, é mesmo necessário que haja alguém a ditar as regras porque a anarquia é a selva mas ao menos esse filho da puta que não ande para ali a gozar connosco - é como na célebre frase: "People should not be afraid of their governments. Governments should be afraid of their people."
Vá lá, vamos fazer disto um jogo, eu sempre detestei espaços onde não há proibições, adoro as linhas que não se podem pisar - só assim é que tem piada dançar ao ritmo desta música estúpida que é a da playlist desta rádio social e democrática.
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