Acho que faz sentido dizer que o mal é o bem descontextualizado, faz sentido mas não deixa de ser uma mentira como as outras que às vezes dão jeito. Sei o que me faz ser mau e não me sinto menos mau por isso, acontece. E como confesso isto assim, por escrito, parece só mais um exercício meu mas isso não muda nada, posso avisar-te com a melhor das intenções e acender uma vela com o pretexto de iluminar o teu caminho, mas lentamente vou queimar-te os olhos e com falsas lágrimas minhas hei-de limpar-te as feridas cegas e beijar-te os lábios num gesto de afecto, até os romper e me viciar no teu sangue como um vampiro, disposto a esquecer todo o romance por uma curiosa sede e matar por uma boa razão, aliás, qualquer razão é boa desde que me permita continuar a parecer um pouco ingénuo quando intimamente sou só inexplicavelmente mau.
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