terça-feira, julho 03, 2007

Sala de espera

Estamos à espera que nos chamem à parte e nos contem o segredo mais importante de todos. A chave que abre o mundo deve ser um segredo. Um segredo que nem cinco minutos nos rouba e no entanto a partir daí cada minuto que depois provenha será um minuto partido em tempos sem respeito por ponteiros.
A sala de espera é enorme e estamos todos nela a tentar fazer arte nas pequenas caixinhas onde supostamente deveríamos marcar apenas um X para assinalar o Sim ou o Não... É claro que isso não chega. Há quem faça desenhos minimalistas, há quem tente palavras e há quem faça setas para fora do pequeno quadrado e disserte sobre temas desimportantes naquele momento. Mas todos esperam que a câmara no tecto os fixe e depois a voz rouca da mulher misteriosa soe no microfone e o próximo nome seja o nosso...
Passadas umas horas ouve-se a respiração e ela diz um nome, o nome de um desconhecido qualquer que por uma razão qualquer conseguiu a atenção deles lá dentro. Ele levanta-se contendo um sorriso plantado no nervosismo, abre a pequena porta e entra.

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