olho para trás: já longe com a mesa do café
e as vozes misturadas com o fumo
estão ainda as chávenas, as nossas mãos
pousadas em cima do livro
(não vejo ninguém à nossa volta, mas acredito)
continuo: vejo mergulhar no ar os gestos
que antecipámos às palavras, tão vagarosamente
como depressa depois as palavras surgiam da neblina
vejo ainda: as dúvidas nos nossos olhos encontrados
os nossos braços apertados naquele momento,
naquele momento exacto em que as perguntas acabaram.
volto-me e sigo em frente, são passos rápidos que me trazem
a este lugar incerto onde agora me encontro,
este lugar vazio que me aperta e sufoca e afasta de ti
este lugar tão infinito como a tua ausência
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