Apeteceu-me (tanto que o fiz) copiar para aqui um post na íntegra de Tiago Barbosa Ribeiro que foi muito merecido e ainda mais será certamente.
«Até nos grandes capitalistas, ou sobretudo neles, conseguimos ver de uma forma muito aguda a pequenez desta terra. Vejam o palhaço alegre Berardo, por exemplo, que apesar de não ser propriamente um capitalista anda a berardizar o país de uma forma insuportável. A excentricidade daquele homem tem um nome: parolice.
O título de comendador, por exemplo, é todo um programa utilizado no velho Portugal para um vislumbre de ascensão social que possa ser usado nos cheques à falta de qualquer outro título. Chamar-lhe «mecenas», pelos deuses, chega a ser chocante. Este homem tem uma sede de protagonismo inversamente proporcional à sua educação e não é, nem nunca será, um apoiante da arte.José Berardo ('Joe' a que propósito?) ganhou os seus preciosos euros deitando-se com o brutal círculo de poder que impunha a segregação racial na África do Sul -- país de onde foi depois expulso por pilhar recursos naturais para a sua casa na Madeira -- e não é expectável que os indígenas possam a aceder à profilaxia de alguém que começou a coleccionar arte como quem acumula caricas. Berardo não tem nenhuma obrigação a esse propósito, eu sei, mas pelo menos podia disfarçar um pouco melhor.»
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