segunda-feira, maio 14, 2007

Parolos

Neste país ocupado por parolos constato mais vezes do que queria que aquilo que é considerado óptimo é o que parece tão profundo que não se deixa compreender. Como na poesia, por exemplo, já reparei que o que está em voga é escrever umas merdas muito elaboradas à volta de conceitos retorcidos que servem para mil voltas antes de chegarem a um destino comum, como já era de esperar. Mas eu entendo que as pessoas gostem de se achar um pouco distantes e percebo que para isso às vezes o mais fácil seja não entenderem qualquer coisa e perderem mais tempo para as descodificarem e então finalmente poderem sentir-se orgulhosas mais pelo trabalho que tiveram para entender do que própriamente pelo que realmente havia ali de especial para ser entendido.

Eu continuo a gostar mais das coisas simples em conexão e deixo que a complexidade surja de instantes em que finalmente o meu entendimento se associa a tudo e finalmente se sente profundo.

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