De dentro para fora

Organizar uma coisa a partir de quase nada, de uma ideia por exemplo, é um esforço de passos pequenos em grande quantidade sempre com os olhos fixos no mesmo ponto de referência, a tal ideia que às tantas está cada vez mais longe porque quando se começa a ideia é sempre tão livre e sorridente e à medida que avançamos a ideia vai-se tornando uma criança presa num armário. A minha sensação é que o pior acaba por ser sempre o desgaste porque a ideia pode até não se alterar mas o espírito e a sensqação de entusiasmo com a qual a encaramos sofre um desgaste que é entristecedor. O objectivo aos poucos deixa de ser a ideia e começa a ser a concretização, o seguir em frente, o conseguir levar a cabo aquilo a que nos propusemos. Por isso é que o mundo não deve e não pode ser dos idealistas, dos intelectuais, dos sonhadores... O mundo quem o merece são os trabalhadores, os insistentes, os que mantêm o coração frio, à prova das balas que aos poucos nos furam. Precisamos mais de homens com vontade de cumprir o objectivo do minuto do que de homens com horizontes inacabados e que não contam nem minutos, nem horas, nem dias... É giro pensar mas fazer e realizar é muito mais que giro, é bom.