Comprimido

Quando são sobre nós é díficil não detestar a forma como uma crítica nos comprime. Mesmo que elogiosa; aquele universozinho rídiculo - a pontinha do dedo a indicar-nos... Não consigo ouvir críticas sobre mim, parece que estão a tentar puxar por um fio um orgão sem nome escondido na minha barriga. Ontem no meio de copos e uma conversa com alguém, uma rapariga com pinta de fada e sorriso de bruxa virou-se (quase do nada) para mim e disse-me que tinha passado pelo meu blogue (por aqui) e que não tinha gostado. Não gostou. Eu não perguntei. Ela ouviu-me dizer a palavra blogue na conversa que mantinha com a outra pessoa e agarrou a deixa e espetou-me um "não gostei". É claro que me obrigou a controlar a expressão, tentando mantê-la leve, e a perguntar-lhe - "Mas o que é que não gostaste?"... Ela disse que achou foleiro. Foleiro... Leu um poema daqueles meus, um simples, pequenino, daqueles pouco afectados que eu às vezes gosto de escrever. Depois comentou uma situação que viu na caixa de comentário e em três ou quatro palavras aquela conversa acabou. Eu ainda fiquei preso naquilo por algum tempo, agora liberto-o...
A situação depois de estranha foi engraçada quando percebi de onde é que a rapariga vinha. Estou a ler o blogue onde publica os seus poemas. É reconfortante ler aquilo que escrevem as pessoas que nos criticam, porque assim percebemos que atrás de uma crítica está só uma cabeça, tão pequena como a nossa e no final cada cabeça sabe que contas gosta de fazer.
Eu vou continuar a escrever e a deixar aqui as coisas que gosto de ler. Ainda não encontrei nada dela para deixar aqui mas estou-me a esforçar, alguma coisa se há-de arranjar.