Às vezes sinto-me cansado.
Gostava de voltar para casa
Mas quando posso voltar?
Agora seria uma boa hora
Mas a casa que digo que é minha
Não tem lá ninguém que me espere
E se ninguém me espera
Como posso voltar?
Essa minha casa
Tem um quartinho
Com uma cama larga,
Deito-me sempre à direita
Deixo o braço estendido para a esquerda
E adormeço.
Tem uma cozinha
Com uma pequena mesa
E dois banquinhos,
Um onde me sento
E o outro para onde fico a olhar
Enquanto como.
Para falar a verdade
Na minha casa
Só me sinto bem
Na casa de banho,
De porta fechada
Não me envergonho
E é onde me sinto
Menos sozinho.
1 comentário:
Penso que o autor reflecte o pensamento sobre a solidão...esta coloca-se não no parecer sobre a estrutura da casa apresentada, mas no facto de se reflectir sobre o que sente, o que pensa, quando se pensa no voltar, no chegar e encontrar ou no chegar e nada encontrar...existe quem tenha mansões, e ainda assim, se explique na mudança de casa, que é um espaço muito grande...e por vezes, o espaço é o interior e não o que rodeia a pessoa...sentimento de vazio, é o que normalmente se chama ao espaço em branco...
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