terça-feira, dezembro 05, 2006

O único mal é não ser


Em que é que conquistar o mundo
é melhor do que largá-lo, deixá-lo,
tirar-lhe a mão, os dedos que fortes
o apertam

Em que é que o mundo nos agradou,
em que dia foi que ele nos abraçou
e de amor lavou a ferida desta nossa
terrível carência

Em que é que o mundo se manteve
fiel, resistente, segurando-nos o corpo
como quem segura um amigo pela mão
na última hora...

Sim, porque às vezes a dor faz-nos esquecer
e o velhote sem nos levar a mal lá nos relembra
que foi assim, hoje e cada dia que nos tem
sobre todo o mal, nosso único bem.

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