quarta-feira, novembro 22, 2006

Afoga-se


A vida vai-se aos momentos e os momentos podem-se parecer da mesma forma como se sucedem mas num dia damos um passo em frente com firmeza e no outro já nos arrastamos ou cambaleamos, por vezes tropeçamos, e avançamos... Eu hoje sou um animal, como e durmo e tento reproduzir mas houve uns gajos que inventaram aquelas pastilhas mensais e não há nada a fazer.
Neste momento sou uma tartaruga, ando a nadar a nadar e na areia pareço um tolinho... Não tenho tido muita vontade de nada e por isso o tempo passa assim sem mais nada e vai vagarosamente para me levar a um momento lá à frente onde me torno uma gaivota ou me comem no sal de uma sopa.
Estou cansado de não fazer puto e contente por ter tudo o que quero, não tenho pressa, o que quero está comigo e posso aproveitar por uns dias antes que se vá embora e depois virá aquela sensação de torpor, o que fugiu e deixou na areia um rasto que eu não posso seguir, tenho as pernas pesadas e não servem para correr, tenho que voltar para o mar, onde eu mais os peixes nem choramos, não vale a pena, ninguém nota...

No mar já não há espaço
Já não há lugar onde caiba
Nem uma só gota de choro
E já não há lá quem saiba
Qual é o sentido de chorar.
No mar é onde nós vamos
Esquecer o que chorámos,
Está tudo fora e dentro nada.
No mar quem não nada...

Afoga-se


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