segunda-feira, setembro 04, 2006

Cidade dos ómens


Ó cidade sua estranha, escura das sombras de toda essa gente
Essa gente toda que nunca se toca, gente que apenas se cruza
Nessas tuas ruas porcas onde já ninguém acode a aflição
Ó cidade sua desavergonhada, nas tuas ruas morrem ómens
Ómens sem nome, ómens desfigurados, ómens sem perdão
Sua feia, estás tão cheia que já não se vê o sol, só as nuvens
Nuvens negras, sujas, nuvens de alcatrão. Tornaste-te uma prisão
Prisão feita desses ómens ruins que se enjaularam uns aos outros
Esses ómens que já não sonham e não deixam que ninguém sonhe
Ó cidade porca não te sentes mal sabendo que abrigas esses monstros
Ó cidade... Não sei porque me deixas escrever... Não há nada que te envergonhe?

Sem comentários: