quinta-feira, agosto 31, 2006

Faz eco!



Acho incrível que nos possam fazer penar assim, seguem num embate, quase um azucrinanço... Chovem-nos em cima do colo sem ordem nem fonte de referência mas não é por isso que nos molham menos... Posso falar em nome de um rosto maior mas o pequeno que se fecha agora ainda mais é o meu.
A pergunta que muitas vezes se fará é - somos feitos para o agrado de tanta gente quanto possível ou ceder a essa tentação de agradar é um princípio do começo da perda da identidade e do gosto? Óbviamente quem consegue fazer-se de motivos que recebam agrado tenta agrilhoar-se aos que se mostram fiéis... Mas quem se torna um fiel é ele, o agradável, o espumante, o champagne da festa da malta com o copo vazio...
Dar-lhes o estoiro, a espuma, o líquido fresco e a alegria... E enquanto fazem sons em ronco e se juntam à volta da mesa só vêem sorrisos de espantalho e espantam-se os outros pensamentos, regurgita-se a consciência, fica tudo sem fermentar, tudo tão mais fácil... Assim terão nascido os obreiros da arte inepta, capazes de enredar a todos na muralha da gargalhada e esses homens eram os agradáveis génios da saúde, os descompressores, os facilitadores... E os outros chamavam-lhes nomes bonitos que eram sinónimo de bobo, a corte ria-se, o bobo fazia bobeira e viciava-se nas gargalhadas...
Houve muitos que tentaram a arte, mas logo se via quem estava dentro de si e quem nunca conseguia deixar-se a um canto e dar vida a esse fiel amigo esperto, com uma arma de gatilho leve que dispara um som que se torna um eco.

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