sábado, julho 01, 2006

Para ti...


Foi custar morte da alma
Ao poeta sem charme
Que queimou no fulgor
Da sua propria chama...

Foi tentando as palavras certas
Com desejo de agradar
Mas o que ele queria era pegar
As nuvens e as recortar
Em formas ternas para as levar
Como a chuva da dor... Que sentia
Ao ver longe de si o seu amor...

E contou as suas lágrimas
E fez delas xarope
Que dava e curava
Os pobres de alma

Foi-se e ninguém o soube
Porque nessa manha
Os sinos foram dobrar
Pelo triste casamento
Que havia a celebrar
Entre um tolo e aquela
Que fez dele tolo por amar

Poeta triste que se foi
Sem ninguém o lamentar

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