dura de um setembro a outro
junho não mais que isso
uma casa quente sem chão fixo
onde se busca a sombra menos quente onde
se escorre mais demorado um pouco menos de suor
onde pousam os olhos pesados e secos
quase se tivesse dormido dobrado
a testa inteira granulada
coberta de terra vermelha
a mão mais que suada pingando
suada cada parte do corpo
casa quente rua que pega fogo
as crianças não usam roupa de dia nem
sabem o que é frio
o horizonte é sempre mesmo duvidoso e não existe
certeza pra mais de 1000m
o sol faz eco
e os ventiladores
por mais que gritem todos
não dão conta ao que foi dito
fim do dia a sola do chinelo é preta e dura
a rua mole só esfria recolhida
toda cota diária de piche
a noite entrando na cama
o corpo todo esticado busca o sono
e só acha possível quando plana
- Gregório Camilo
retirado daqui
Sem comentários:
Enviar um comentário